sexta-feira, 17 de março de 2017

Fiscais protestam contra renúncia fiscal

A falta de apoio deu inicio ao golpe

Com base menor, novo governo Dilma ficará mais dependente
de outros partidos

  • A presidente Dilma Rousseff assumirá o mandato no ano que vem com uma base menor na Câmara dos Deputados. O PT continuará com a maior bancada na Casa, mas com 18 deputados a menos do que hoje. Serão 69 deputados em 2015 contra os 88 atuais.
Os nove partidos que estão na chapa que elegeu Dilma Rousseff (PT, PMDB, PSD, PP, PR, Pros, PDT, PCdoB e PRB) elegeram 304 deputados, 36 a menos do que na eleição passada.
Com a diminuição do PT e dos aliados, a presidente ficará mais dependente dos outros partidos para conseguir os votos necessários para aprovar seus projetos.


  • O apoio dos deputados é ainda mais relevante porque é na Câmara dos Deputados que se iniciam os debates de projetos de autoria do governo federal. Também caberá à Câmara discutir propostas relacionadas à reforma política, tema considerado prioritário no discurso feito por Dilma após a vitória neste domingo.
Antes mesmo de divulgados os resultados das urnas, alguns deputados da base já cobravam mudanças na relação entre a presidente Dilma Rousseff e o Congresso.
  • O deputado Luciano Castro (PR-RR) cobrou a reconstrução das relações com os partidos. “A base diminuiu um pouco, então será necessário um pouco mais de cuidado e a formação de alianças que deem sustentação ao governo”, disse.
O PR está na chapa de Dilma, mas ameaçou retirar o seu apoio antes do começo da campanha. O líder do partido, deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (MG), chegou a liderar um movimento para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva substituísse Dilma Rousseff no pleito.

Bancada do PMDB:
  • O apoio integral dos 66 deputados eleitos pelo PMDB também deverá ser negociado, já que o segundo maior partido da Casa ficou dividido entre Dilma e Aécio durante a eleição. O racha ficou evidente na convenção da legenda, em que 42% foram contrários à aliança.
O líder do PT, deputado Vicentinho (SP), reconheceu que será necessário avaliar onde o partido falhou e onde precisa melhorar para obter mais entendimento no Congresso Nacional. Ele reclamou, no entanto, que o Congresso ficou mais conservador. “Será necessária uma boa conversa com os partidos da base aliada e também com os novos partidos”, disse.
  • Outros líderes petistas, no entanto, dizem que as relações com o Congresso a partir do ano que vem não serão muito diferentes do que o praticado nestes quatro anos. O líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), afirmou que as mudanças só virão se for aprovada uma reforma política.
“As relações vão continuar sendo muito semelhantes às de hoje, temos um sistema político que precisa ser alterado, que está gerando uma pulverização muito grande de partidos, o que dificulta a governabilidade de qualquer presidente”, disse Fontana. Dilma terá de lidar com 28 partidos com representação na Câmara, 6 a mais do que hoje.
  • O deputado Afonso Florence (BA), que é vice-líder do PT, explicou que os partidos da base nunca se comportam da mesma forma diante de cada tema e que o governo vai ter de continuar negociando assunto por assunto com cada partido, como já faz hoje. “Nada se repete na vida tal qual aconteceu antes, mas a orientação política geral do governo não deve mudar. É da natureza da democracia que, a cada tema controverso, haja necessidade de muita conversa”, disse.
Fragmentada e conservadora
  • A cientista política Débora Messenberg, professora da Universidade de Brasília (UnB), afirmou que a Câmara dos Deputados estará, em 2015, mais fragmentada e menos experiente. Ela lembrou que, dos 513 deputados eleitos, 198 são novatos na Casa. “A experiência parlamentar faz diferença na atuação de cada deputado”, afirmou.
Débora Messenberg disse ainda que, em seu novo mandato, a presidente Dilma terá que negociar mais para conseguir aprovar projetos na Casa, que terá um perfil mais conservador. Ela afirmou que 48% dos deputados eleitos estão alinhados mais à direita, 26% à esquerda e 25% no centro. “Isso vai exigir mais negociação”, declarou.
  • Para a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), a pressão da militância e da sociedade civil será fundamental para contornar a guinada à direita do Congresso, fato que lamentou. “Espero que a gente consiga manter o povo mobilizado porque, infelizmente, o Congresso que vem é mais conservador.”
Oposição ressalta divisão do País:
  • Os líderes oposicionistas chamaram atenção para o resultado apertado das urnas, que indica uma divisão do País. Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), isso aumenta a responsabilidade dos partidos contrários ao governo. Ele afirmou que vai insistir nas investigações de escândalos envolvendo o governo federal, como é o caso da Petrobras.
“Haverá tumulto político geral tendo em vista esse quadro de contaminação do governo com os escândalos da Petrobras. A comissão parlamentar de inquérito terá de ser retomada na próxima legislatura, inclusive com possíveis processos de quebra de decoro parlamentar contra parlamentares envolvidos”, disse o líder oposicionista.
  • A CPMI da Petrobras tem funcionamento garantido até 23 de novembro. Para continuar as investigações, será necessário um novo pedido de investigação, com o apoio de 1/3 da Câmara e 1/3 do Senado.
Os partidos que estavam na chapa de Aécio Neves (PSDB, PMN, SD, DEM, PEN, PTN, PTB, PTC e PTdoB) elegeram 127 deputados. O PSDB será o maior partido de oposição, com 54 deputados – 10 a mais do que a bancada atual.
  • PPS e PSB, que apoiaram a candidata Marina Silva, negociam uma fusão entre as duas legendas. Juntos, os dois partidos teriam 44 representantes na Câmara.
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), ressaltou que o partido vai cobrar de Dilma “tudo que foi prometido na campanha”.

quinta-feira, 16 de março de 2017

MBL confirma apoio a Doria e nega que vá atacar Alckmin e Aécio

MBL confirma apoio a Doria e nega que vá atacar Alckmin e Aécio

Coluna do Estadão
16 Março 2017 | 05h30

O Movimento Brasil Livre (MBL) confirmou em nota nesta quinta-feira que vai defender a candidatura do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), para presidência da República em 2018, como antecipou a Coluna do Estadão. “Não vamos esconder que acreditamos que Doria deveria sim ser candidato”, diz comunicado publicado no Twitter.
Renan Santos, um dos coordenadores do MBL, negou, contudo, que o apoio a Doria implique em atacar os presidenciáveis Geraldo Alckmin e Aécio Neves. “A gente não vai bater no Alckmin e no Aécio. Não é nosso feitio.” As críticas, complementa, serão feitas quando necessário, mas não há o objetivo de atacá-los apenas para ajudar Doria.
A escolha por Doria, segundo Santos, tem relação com o perfil do político. “A gente acha que a candidatura dele é viável. Se ele será candidato ou não é uma decisão dele. Nós vamos defender [a candidatura Doria] porque isso pauta o debate com uma linha ideológica que é a nossa, de mais participação do mercado, de mais participação do setor privado no serviço público, de redução da máquina estatal. Seria a materialização da nossa visão política no debate de 2018”, afirmou.

Estivadores de Santos Contra as Reformas e pelo Fora Temer

Ricardo Tripoli recebeu R$ 100 mil da fazenda Rio Pardo para sua campanha

Líder do PSDB, Ricardo Tripoli coleciona polêmicas
Ambientalista, Tripoli recebeu dinheiro de fazenda de corte de gado

Por Pedro Carvalho

Candidato a liderança do PSDB na Câmara, o deputado Ricardo Tripoli coleciona polêmicas.
Sob a pecha ambientalista e de proteção aos animais, ele recebeu R$ 100 mil da fazenda Rio Pardo para sua campanha, cuja atividade econômica principal é a criação de bovinos para o corte.
Além disso, o parlamentar, engajado com a causa, mantém relações próximas com duas ONGs: União Internacional Protetora dos Animais (UIPA) e Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (SUIPA).
Tão próximas são essas relações que ele apresentou um projeto de lei que isenta as duas entidades de pagar mais de R$ 20 milhões de dívidas trabalhistas e tributárias à União. A primeira deve quase R$ 958 mil, referente a débitos previdenciários, enquanto a segunda deve incríveis R$ 20.655.514.
Para completar o imbróglio, Vanice Teixeira Leite, presidente da UIPA, é lotada no gabinete do deputado estadual Roberto Tripoli, irmão de Ricardo.

O Deputado Ricardo Tripoli do (PSDB) de São Paulo

O Deputado Ricardo Tripoli do (PSDB) de São Paulo

José Ricardo Alvarenga Tripoli (São Paulo, 17 de abril de 1952) é um advogado, ambientalista e político brasileiro. É irmão do atual deputado estadual Roberto Tripoli.
Foi eleito vereador em 1982, e 4 vezes deputado estadual. Presidiu a Assembléia Legislativa em 1995, e em 1999 foi o secretário estadual do Meio Ambiente durante o governo Mário Covas.
Defendendo plataforma ambientalista e de defesa dos direitos animais, foi eleito deputado federal pelo PSDB em 2006 tendo sido reeleito em 2010. Em 2014, foi reeleito com 233.806 votos, tendo sido o deputado tucano mais votado na cidade de São Paulo com mais de 170 mil votos.
Em seu primeiro mandato, foi o presidente da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional e o vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Entre seus principais projetos na área, destacaram-se a Política Estadual do Meio Ambiente, o Projeto São Paulo Pomar e o Código Estadual de Proteção aos Animais (Lei 11.977), conhecido como Lei Tripoli de Proteção Animal. No atual mandato é titular nas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Grupo de Trabalho - Código Florestal.
É suplente na comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e vice-líder do PSDB na Câmara dos Deputados.
Atualmente, preside a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados.
Em 08 de janeiro de 2016, Ricardo Tripoli anunciou sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo, com apoio de Bruno Covas e José Aníbal. Seus concorrentes nas prévias tucanas foram o empresário João Doria Jr., com apoio do então Governador Geraldo Alckmin, e o vereador Andrea Matarazzo, que contava com aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do Senador José Serra. Tripoli ficou em terceiro lugar, sendo o segundo turno disputado entre Doria e Matarazzo.

A mala de dinheiro que Carlos Sampaio, líder do PSDB e do golpe, doou a si mesmo

O Deputado Carlos Sampaio, líder do PSDB e Eduardo Cunha

por Helena Sthephanowitz, para a RBA publicado 25/09/2015 
16h45, última modificação 25/09/2015 17h39

  • No início deste setembro, o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por crime de falsificação de documentos para fins eleitorais.
O motivo? Chamou atenção doações dele para sua própria campanha por meio de depósitos em dinheiro no valor de R$ 207,4 mil. Aníbal é investigado no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa o delatou como intermediário dos interesses do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) junto à estatal. A Procuradoria suspeitou de que o deputado estivesse doando em seu próprio nome para ocultar a origem de algum doador que não pudesse aparecer.
  • Chamado a depor, Aníbal disse que cerca de R$ 100 mil vinham de amigos e parentes, e que por serem várias pequenas quantias, ele juntou tudo e declarou a doação em seu nome. O procurador-geral o denunciou por declaração falsa à Justiça Eleitoral e considerou o ato lesivo à fiscalização, impedindo aos órgãos de controle verificar se os verdadeiros doadores cumpriram limites legais.
O líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP), tem a mesma peculiaridade em sua prestação de contas eleitoral. Ele mesmo doou R$ 40 mil para sua campanha. Mas o que chama atenção é que a doação dele para ele mesmo não saiu de suas contas bancárias. Foi em dinheiro vivo, e sem que ele tenha declarado possuir dinheiro em espécie em sua declaração de bens, da qual também não consta nenhuma atividade econômica que possa receber dinheiro em espécie, como é comum em caso de lojistas, por exemplo.
  • Abaixo, a doação de Carlos Sampaio para ele mesmo, conforme registro no Tribunal Superior Eleitoral:

Os registros de doações a Sampaio mostram 
que ele foi grande doador para si mesmo

  • Sua biografia, porém, mostra que ele sempre foi ou funcionário público – promotor do estado de São Paulo desde 1987 – ou ocupou cargos políticos desde 1993, cujos rendimentos sempre são pagos em conta corrente e pela rede bancária.
Sampaio também afirma, em sua declaração de bens, ser um dos sócios da empresa empresa Ciage (Centro de Inteligência, Análise e Gestão Educacional Ltda), aberta em fevereiro de 2013 e com sede em Campinas (SP). Mas, na verdade, é a mulher do tucano – a psicóloga Anna Beatriz R. F. Sampaio – que é a detentora, registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo e no quadro de sócios do CNPJ da Receita Federal, de 34% das cotas da Ciage.
  • De acordo com o site da empresa, a Ciage assessora a gestão de escolas privadas e oferece consultoria, também em educação, para órgãos públicos. A empresa teve alteração de atividades em novembro de 2014, quando passou a incluir comércio de livros, jornais e revistas, além de desenvolvimento e licenciamento de programas de computador.
Pau a pau:
  • Se Janot quiser fazer valer sua frase "pau que dá em Chico, dá também em Francisco", que declarou na sabatina no Senado que o reconduziu ao cargo, precisa aplicar o "pau que dá em Aníbal Gomes, dá também em Carlos Sampaio", e abrir investigação sobre o tucano. Afinal, há pelo menos uma doação fortemente suspeita e indícios de falsidade ideológica na declaração de bens relativa à Ciage.
Carlos Sampaio ganhou notoriedade nacional quando entrou com representação – já arquivada – que pedia a cassação da presidenta Dilma Rousseff, ainda no primeiro mandato, por ela ter usado vestido vermelho em um pronunciamento em rede nacional de televisão.
  • Caiu no ridículo, mas encantou o então candidato tucano a presidente, Aécio Neves. Desde então, Sampaio se tornou coordenador jurídico da campanha de Aécio em 2014 e tentou de todos os modos cassar a candidatura da presidenta. Após a derrota do PSDB nas eleições, não desistiu. É um dos principais conspiradores do golpe do impeachment de Dilma na Câmara.
O deputado tucano também se esforçou ao longo dos anos para se apresentar como "paladino da ética". Mas esta imagem anda arranhada desde a CPI do Cachoeira, quando deu um show de hipocrisia ao defender a blindagem da corrupção no governo goiano de Marconi Perillo (PSDB) e de companheiros de partido enrolados naquele escândalo.
  • Comportamento semelhante teve no "trensalão", escândalo das propinas no Metrô e trens paulistas sob gestão tucana. E tem se repetido em todos os episódios que envolvem tucanos. Recentemente, enquanto acusava o governo federal de aparelhamento, seu pai ganhava um cargo comissionado com salário de R$ 11.656,20 na prefeitura de Valinhos (SP), cidade vizinha a Campinas comandada por um prefeito também tucano, seu aliado.
Outro grave deslize é conspirar pelo golpe do impeachment com notórios deputados denunciados por corrupção, enquanto ajuda a manter engavetados dezenas de processos de cassação desses mesmos deputados, por quebra de decoro, no Conselho de Ética da Casa.
  • Por fim, gravíssimo o voto e o comando da bancada tucana para votar a favor da chamada "PEC da Corrupção", aquela que queria manter o financiamento empresarial de campanha, mesmo considerado inconstitucional pelo STF.
Assim, ele se candidata, no máximo, a "paladino" da ética seletiva, aquela que só vale para "inimigos". Para os "amigos" vale tudo.

O Deputado Carlos Sampaio (PSDB) de São Paulo

O Deputado Carlos Sampaio (PSDB) de São Paulo

Carlos Henrique Focesi Sampaio (Campinas, 31 de março de 1963) é um promotor de justiça e politico brasileiro, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
É formado em direito. Entre 1993 a 1997, foi vereador em Campinas, e posteriormente atuou como deputado estadual e deputado federal por São Paulo. Foi candidato a prefeitura de Campinas por três vezes, em 2000, 2004 e 2008, não obtendo êxito em nenhuma delas.
Em 2014 Sampaio atuou como coordenador jurídico da campanha da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da República.
Sampaio se destacou no Ranking de Deputados do Atlas Político, ocupando a terceira colocação entre 513 deputados. Em 30 de janeiro de 2015 foi eleito líder do partido na Câmara dos Deputados. Na Câmara, Sampaio foi responsável por comandar a bancada do PSDB nas CPI Mista da Petrobras, que investigou o esquema de corrupção que causou desvios de recursos da estatal, e na CPI do Cachoeira, que investigou a relação do empresário Carlinhos Cachoeira com políticos e funcionários públicos.

Bruno Covas, o vice de João Dória (pra não esquecer)

Assessor tucano é detido pela PF com R$ 100 mil em voo de Brasília 
a São Paulo. Ele carregava ainda 17 cheques em branco assinados 
pelo candidato a deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP)

A Polícia Federal de São Paulo deteve na segunda-feira (29), no aeroporto de Congonhas, um assessor do candidato a deputado federal Bruno Covas (PSDB) que desembarcou de Brasília com R$ 100 mil em espécie e 17 cheques em branco em nome do tucano. Mário Welber, que se identifica em seu perfil no Facebook como assessor da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, chefiada por Covas, tinha como destino São José do Rio Preto, cidade onde é suplente de vereador. Covas é neto do ex-governador Mário Covas (PSDB), já foi presidente da juventude do PSDB e deputado federal eleito pela primeira vez em 2006.
Durante o período eleitoral, a Polícia Federal intensifica a fiscalização dos volumes sendo transportados nos aeroportos, já que, nesta época, assessores políticos movimentam grande quantidade de dinheiro em espécie. Foi o caso de Welber, pego no raio X. Como ele não pôde comprovar a origem do dinheiro, terá 15 dias para explicar à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo de onde veio e para quem seria pago esse valor. Ao jornal Estado de S.Paulo, Welber afirmou que o dinheiro era seu e que seria utilizado para comprar um carro – negócio que, segundo ele, acabou não se realizando. Já os cheques serviriam para o pagamento de prestadores de serviço da campanha de Covas.
Welber nega ser assessor de campanha de Covas, embora haja numerosos registros de atividades do candidato nas quais Welber está presente. O suplente de vereador tucano declara muitas profissões: seria, concomitantemente, apresentador da rádio católica Canção Nova e assessor da Secretaria do Meio Ambiente, embora, em maio de 2013, tenha sido identificado como funcionário da Cetesb durante fala do deputado estadual Orlando Bolçone. Ele acumularia ainda a função de mestre de cerimônias da Câmara Municipal de São José do Rio Preto. 
No passado, Welber também teria tido múltiplos empregos públicos: embora tenha entrado na secretaria após a nomeação de Covas, em janeiro de 2011, só foi exonerado da função de “assessor especial” da Assembleia Legislativa de São Paulo em novembro daquele ano. Welber foi ainda jornalista da TV TEM, afiliada local da Rede Globo.

RBA

Bruno Covas e a corrupção

João Roberto Zaniboni, que foi diretor da CPTM, também registrou 
doações eleitorais a políticos importantes do PSDB, como 
Mário Covas Neto, Bruno Covas e José Anibal

por Portal 247 

Tratado até agora, por parte da imprensa, como um caso isolado de corrupção, que envolveria apenas técnicos dos setores de transporte e energia do governo paulista, o escândalo dos trens em São Paulo se parece, cada vez mais, com um esquema sistêmico de desvio de recursos públicos, destinado a financiar campanhas políticas do PSDB.
É o que aponta reportagem publicada neste sábado (30) do O Estado de S.Paulo, que informa que a Focco Tecnologia, do engenheiro João Roberto Zaniboni, investigado e condenado na Suíça por receber propinas da Alstom e por lavagem de dinheiro, foi também um dos grandes doadores de campanhas tucanas.
Além de receber recursos da Alstom, Zaniboni, um ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, também movimentou R$ 32,9 milhões em suas contas, por serviços de consultoria pagos pelo governo paulista. A Focco assinou contratos para "supervisão de projetos" com CPTM, Metrô, Agência Reguladora de Transportes do Estado (Artesp), Secretaria de Transportes Metropolitanos e com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).
Próximo ao ex-governador Mário Covas, (que governou São Paulo entre 1 de janeiro de 1995 e 22 de janeiro de 2001) Zaniboni foi o segundo maior doador da campanha de Mário Covas Neto, o Zuzinha, que, em 2012, se elegeu vereador. Ele também fez doações a dois secretários de Geraldo Alckmin: Bruno Covas, do Meio Ambiente, e José Aníbal, de Energia. Todos alegam que as doações foram legais e devidamente declaradas.
Segundo a reportagem, a Focco doou R$ 50 mil para Zuzinha em 2012, ano da primeira campanha do filho de Covas. Era a segunda maior doadora do total de R$ 904,7 mil que o vereador declarou ter recebido. Ele ficou em oitavo lugar nas eleições, com 61 mil votos, e assim conquistou uma das 55 cadeiras do Legislativo municipal.
No Brasil, Zaniboni foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. Na Suíça, já está indiciado por lavagem de dinheiro. Segundo a PF, ele seria "intermediário no pagamento de propinas". A doação a Zuzinha, em 2012, foi de R$ 50 mil. Bruno Covas recebeu R$ 2 mil e José Aníbal, R$ 4 mil. Eles afirmam que as doações foram legais e registradas pela Justiça Eleitoral.

Com reportagem do O Estado de S.Paulo

Bruno Covas e João Dória

O Bruno Covas Deputado e vice prefeito de São Paulo

Bruno Covas Deputado e vice prefeito de São Paulo e João Dória o Prefeito

  • Bruno Covas Lopes mais conhecido como Bruno Covas (Santos, 7 de abril de 1980) é um advogado, economista e político brasileiro, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). É neto do ex-governador de São Paulo, Mário Covas. Foi Secretário de Meio Ambiente do estado de São Paulo e presidente do Juventude do PSDB.
Em 2015 foi sub-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras e membro da Comissão Especial da Maioridade Penal. Em outubro de 2016 foi eleito vice-prefeito da cidade de São Paulo, na chapa de João Doria Jr.
Atualmente exerce mandato de vice-prefeito de São Paulo, ao lado do atual prefeito da capital paulista, João Doria.

Origem e formação:
  • Neto do ex-governador de São Paulo Mário Covas, Bruno Covas foi desde criança ligado à política. Estudou nos colégios Carmo e Lusíadas em Santos, quando foi estudar em São Paulo, no colégio Bandeirantes em 1995, teve a oportunidade de morar com o avô. Formou-se em Direito pela (USP), e em Economia pela (PUC-SP) e fez mestrado em Administração Pública pela (FGV-SP), atualmente é Professor de Direito Constitucional na ESAMC.
Política estudantil:
  • Filiou-se em 1998 ao PSDB e em 1999, foi eleito o Primeiro Secretário da Juventude do Partido. Em 2003, foi eleito presidente estadual e já foi também presidente nacional da Juventude do Partido, em 2007, permanecendo no cargo até 2011.
Carreira pública:
  • A sua carreira começou em 2004, ano que que se candidatou a vice-prefeito de Santos na chapa de Raul Christiano pelo PSDB.
  • Nos anos de 2005 e 2006, foi assessor da liderança do Governo de Alckmin e Cláudio Lembo na Assembleia Legislativa.
  • Em 2006, foi candidato a Deputado Estadual, sendo eleito com 122 312 votos, umas das maiores votações naquela eleição.
  • Em 2010, foi novamente candidato a Deputado Estadual agora sendo o mais votado do Estado com 239 150 votos, sendo mais de 131 mil só na capital paulista. Bruno Covas foi convidado por Geraldo Alckmin para assumir a Secretaria do Meio Ambiente, a partir do início de 2011, ocasião em que se licenciou do cargo de deputado estadual.
Deputado estadual:
  • Eleito deputado estadual em 2006 com 122 312 votos, foi considerado pelo Movimento Voto Consciente, o deputado mais atuante da legislatura (2007/2010).
Foi presidente da Comissão de Finanças e Orçamento no primeiro biênio (2007-2008) e relator do Orçamento do Estado por dois anos consecutivos (2009-2010).
  • Integrou ainda as Comissões de Direitos Humanos e de Defesa dos Direitos do Consumidor e foi presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Comunidade Luso-Brasileira e Coordenador da Frente DST-Aids.
Foi relator de mais de 180 projetos de lei, como a Nota Fiscal Paulista, que diminui a carga tributária e devolve tributo diretamente para o cidadão, e foi presidente da CPI do ECAD, relator da CPI da CDHU e membro da CPI da BANCOOP.

Secretário estadual do Meio Ambiente:
  • Em 2011, foi assumiu Secretaria do Meio Ambiente no novo governo de Geraldo Alckmin.
  • Eleições 2016
  • Eleito em primeiro turno a vice-prefeito de São Paulo pelo PSDB na chapa de João Doria.
  • Cronologia sumária

terça-feira, 14 de março de 2017

Henrique Meirelles inocenta LULA

MBL (17 sites) é o maior difusor de notícias falsas, conclui pesquisa da USP

Kim Patroca Kataguiri (Salto, 28 de janeiro de 1996) é um ativista, conferencista, 
colunista da Folha de S. Paulo (e do The Huffington Post Brasil) 
e co-fundador e coordenador do Movimento Brasil Livre.

  • Um levantamento feito pela Associação dos Especialistas em Políticas Públicas de São Paulo (AEPPSP), com base em critérios de um grupo de estudo da Universidade de São Paulo (USP), identificou os maiores sites de notícias do Brasil que disseminam informações falsas, não-checadas ou boatos pela internet, as chamadas notícias de “pós-verdades”.
O estudou da AEPPSP utilizou os critérios do “Monitor do Debate Político no Meio Digital” – criado por pesquisadores da USP -, uma ferramenta que contabiliza compartilhamentos de notícias no Facebook e dá uma dimensão do alcance de notícias publicadas por sites que se prestam ao serviço de construir conteúdo político “pós-verdadeiro” para o público brasileiro.

  • Não são sites de empresas da grande mídia comercial, tampouco veículos de mídia alternativa com corpo editorial transparente, jornalistas que se responsabilizam pela integridade das reportagens que assinam, ou articulistas que assinam artigos de opinião.
Tratam-se de sites cujas “notícias” não têm autoria, são anônimos e estão bombando nas bolhas sociais criadas pelo Facebook e proliferam boatos, calúnias, difamações e até correntes de WhatsApp.

Características em comum:
Todos os principais sites que se encaixam no conceito de “pós-verdade” no Brasil possuem algumas características em comum:
  1. Foram registrados com domínio .com ou .org (sem o .br no final), o que dificulta a identificação de seus responsáveis com a mesma transparência que os domínios registados no Brasil.
  2. Não possuem qualquer página identificando seus administradores, corpo editorial ou jornalistas. Quando existe, a página ‘Quem Somos’ não diz nada que permita identificar as pessoas responsáveis pelo site e seu conteúdo.
  3.  As “notícias” não são assinadas.
  4. As “notícias” são cheias de opiniões — cujos autores também não são identificados — e discursos de ódio (haters).
  5. Intensiva publicação de novas “notícias” a cada poucos minutos ou horas.
  6. Possuem nomes parecidos com os de outros sites jornalísticos ou blogs autorais já bastante difundidos.
  7. Seus layouts deliberadamente poluídos e confusos fazem-lhes parecer grandes sites de notícias, o que lhes confere credibilidade para usuários mais leigos.
  8. São repletas de propagandas (ads do Google), o que significa que a cada nova visualização o dono do site recebe alguns centavos (estamos falando de páginas cujos conteúdos são compartilhados dezenas ou centenas de milhares de vezes por dia no Facebook).
Veja também:


Produtores:
Os produtores de “pós-verdades” mais compartilhados nas time-lines dos brasileiros são os seguintes:
Uma pesquisa mais profunda poderá confirmar a hipótese de que algumas destas páginas foram criadas pelas mesmas pessoas, seja por repercutirem “notícias” umas das outras, seja por utilizarem exatamente o mesmo template e formato.

Distribuição:
  • Todos esses sites possuem páginas próprias no Facebook mas, de longe, os sites com mais “notícias” compartilhadas são o Jorna Livre e Ceticismo Político, que contam com a página MBL – Movimento Brasil Livre como seu provável principal canal de distribuição, e o site Folha Política, que conta com a página Folha Política para distribuir suas próprias “notícias”. Ambas as páginas possuem mais de um milhão de curtidas e de repercussões (compartilhamentos, curtidas, etc.) por semana realizadas por usuários do Facebook.
O que é “Pós-verdade”?
  • O jornal eletrônico Nexo fez uma reportagem explicando o conceito de pós-verdade (https://goo.gl/iYgOSp). Seguem alguns destaques:
“Anualmente a Oxford Dictionaries”, departamento da University of Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra para a língua inglesa. A de 2016 foi “pós-verdade” (“post-truth”).
  • Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de boatos no Facebook e a forma como o feed de notícias funciona foram decisivos para que informações falsas tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos têm sido apontados para explicar ascensão da pós-verdade.
Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de boatos e mentiras. Grande parte dos factóides são compartilhados por conhecidos nos quais os usuários têm confiança, o que aumenta a aparência de legitimidade das histórias.
  • Os algoritmos utilizados pelo Facebook fazem com que usuários tendam a receber informações que corroboram seu ponto de vista, formando bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de questionamentos à esquerda ou à direita.” (Com informações da AEPPSP)
Nota Metodológica:
  • A AEPPSP publicou, após o post, uma nota metodológica explicando os critérios para a aferição dos sites. Confira:
O mapeamento de sites que têm perfil de produção de notícias falsas e que contam com ampla distribuição em páginas do Facebook aqui realizado baseou-se nos oito critérios abaixo elencados e na lista de fontes utilizadas pelo Monitor (que não tem qualquer responsabilidade por estudos derivados dos dados que eles publicam, vale reforçar).
O principal critério utilizado foi o anonimato, mas não o único. Pareceu-nos um bom critério: “Constituição Federal, Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO O ANONIMATO;”.
Catalogamos todos os sites listados pelo Monitor nas categorias imprensa e comentário alternativo de esquerda e de direita e então, dentre aqueles cuja responsabilidade pelos conteúdos publicados não é possível de ser identificada (os sites e/ou as matérias são anônimos), aplicamos os demais critérios.
  • Isto não quer dizer que sites autorais estejam livres de produzir notícias falsas, tampouco que sites cujos autores preferem não se identificar não possam produzir material honesto e de qualidade jornalística.
Para evitar distorções e qualquer viés neste estudo ainda inicial, preliminar, ampliaremos a listagem inicial com TODOS os sites mapeados seguindo unicamente o critério de ANONIMATO, e nenhum outro.
  • Deste modo, entendemos que pesquisas mais refinadas possam ter neste nosso mapeamento uma fonte de inspiração. Compartilhamos aqui uma planilha online para dar a máxima transparência deste levantamento que, reforçamos, ainda é bastante preliminar e pode ser aprimorado por qualquer pesquisador interessado no assunto.
Finalmente, lamentamos por quaisquer incompreensões e distorções derivadas deste mapeamento e estamos abertos para aprimorá-lo. Nosso objetivo é contribuir com todos aqueles que estão empenhados na luta para que a Internet brasileira seja um espaço democrático e livre — livre, inclusive, de haters, de discursos de ódio e de notícias falsas. Lista com os 17 sites ANÔNIMOS mapeados, ordenados em ordem alfabética e sem outros filtros:

Deputado Paulo Teixeira (PT-SP)

Luiz Paulo Teixeira Ferreira, mais conhecido como 
Paulo Teixeira (Águas da Prata, 6 de maio de 1961) é um político brasileiro.

Deputado Paulo Teixeira (PT-SP) vai protocolar uma representação no Ministério Público Federal para apurar a possibilidade de prevaricação na conduta da chefe da Advocacia Geral da União, ministra Grace Mendonça, ao não informar ao STF que Moreira Franco fora denunciado, em outubro passado, no caso conhecido como farra das passagens

Leia mais aqui > http://bit.ly/2mWz3jK

Fernando Holiday diz que usou caixa .....

Fernando Holiday diz que usou caixa dois em sua 
campanha só para entender melhor e poder combater

A campanha do vereador Fernando Holiday (DEM), um dos líderes do MBL, pagou cabos eleitorais na eleição do ano passado usando caixa dois. Os militantes foram pagos em dinheiro vivo e o valor não foi declarado como gasto de campanha.
Em sua defesa, Fernando Holiday disse que fez caixa dois apenas para entender melhor como funciona para poder combatê-lo. “Só queria saber como os esquerdistas fazem caixa dois. Não tive a intenção de ser corrupto”, afirmou.
O vereador e líder do MBL contratou dezenas de militantes hoje para que descubram escândalos de caixa dois maiores que o seu , cometidos por políticos de esquerda, para convencer seus eleitores a ficarem do seu lado. Os novos militantes contratados às pressas também foram pagos com caixa dois.
Segundo pessoas envolvidas na campanha, Holiday também usou caixa dois para comprar Toddynho para seus militantes em um supermercado.

Leia mais aqui . http://bit.ly/2nBbbzd

segunda-feira, 13 de março de 2017

Fernando Holiday (MBL/DEM) e a corrupção

Fernando Holiday (MBL) e (DEM) 

Notícia publicada no site BuzzFeed Brasil aponta que "cabos eleitorais de Fernando Holiday, líder do Movimento Brasil Livre (MBL), foram pagos no caixa 2"; "A campanha do vereador do DEM de São Paulo pagou em dinheiro vivo e não declarou gastos com cabos eleitorais na reta final da eleição do ano passado. Holiday nega e diz que todas as despesas da campanha foram declaradas", diz o portal

Leia mais aqui > http://bit.ly/2n2yeqj
Ouça os áudios aqui > http://bit.ly/2mkNDxC

Fernando Holiday (MBL) e (DEM) 

domingo, 12 de março de 2017

Lula traça roteiro de viagens pelo Brasil

Lula traça roteiro de viagens pelo Brasil

  • O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que a Lava Jato causará impacto em "todos os partidos" e diz agora que o que chama de "exageros" da operação, somados ao desemprego e à crise econômica, tendem a produzir um movimento "queremista" por sua volta ao poder.
PUB:
Pela primeira vez desde que virou réu na Lava Jato, Lula começou a chamar aliados para detalhar seus planos e admitir a intenção de disputar o Palácio do Planalto, tendo o comando do PT como ponto de apoio para ganhar mais visibilidade.
"Para vocês posso dizer: eu serei candidato à Presidência da República", afirmou ele à deputada Luciana Santos (PE), que comanda o PCdoB, e também a Orlando Silva (SP). A conversa ocorreu na segunda-feira passada, em São Paulo.
Lula já encomendou ao ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, a Luiz Gonzaga Belluzzo e a professores da USP, como Laura Carvalho, propostas para a confecção de um programa econômico, como antecipou o Estado. O mote de sua plataforma será o estímulo ao consumo "com responsabilidade fiscal".
Mesmo o tradicional aliado PCdoB, porém, já faz previsões para se descolar do PT, lançando o governador do Maranhão, Flávio Dino, à sucessão do presidente Michel Temer.
Os petistas não têm Plano B para o caso de Lula ser impedido de disputar a Presidência, se for condenado na Justiça em segunda instância e virar ficha-suja. Hoje, ele é alvo de cinco ações penais - três na Lava Jato -, mas, mesmo assim, lidera as pesquisas de intenção de voto.
À beira de um racha, o PT tem alas que veem com simpatia o aval a Ciro Gomes (PDT), caso Lula não possa concorrer. A adesão a Ciro, porém, ocorreria somente em último caso. O grupo que defende essa alternativa quer uma "operação casada", na qual o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad seria candidato a vice. A hipótese nem de longe tem a maioria do partido.
Roteiro de viagem:
Desde que aceitou presidir o PT e ser candidato ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou um roteiro de viagens pelo País. A previsão é de que no dia 19, por exemplo, ele visite obras do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco.
A primeira parada deverá ser na Paraíba. O PT se queixa de que o presidente Michel Temer tenta agora tirar dividendos políticos de uma obra que começou no governo Lula e continuou na gestão Dilma Rousseff.
Temer inaugurou, na sexta-feira, o Eixo Leste da transposição, no município de Monteiro (PB). O governador Geraldo Alckmin - um dos presidenciáveis do PSDB - também visitou recentemente um trecho da obra, mas em Pernambuco.
Amanhã, Lula desembarcará em Brasília. Será uma semana de encontros, discursos e um depoimento à Justiça Federal. O petista participará do 12º Congresso de Trabalhadores Rurais e, na terça-feira, prestará depoimento no processo em que é acusado de obstruir as investigações da Lava Jato.
Disputa:
As correntes de esquerda que integram o grupo Muda PT tentarão nesta semana demover Lula da ideia de comandar o partido. Seus discípulos dizem, porém, que ele só aceitou presidir a legenda, a partir de junho, para evitar uma disputa fratricida entre os que cobram um "acerto de contas" desde o mensalão e os que pregam um inventário dos erros apenas no papel.
Sob o argumento de que Lula deve se concentrar em sua própria defesa e na campanha ao Palácio do Planalto, o Muda PT defende Lindbergh Farias (RJ) no comando do partido. Nos bastidores, integrantes do grupo afirmam que é um erro o ex-presidente dirigir o PT porque colará todos os problemas dele na sigla, que já enfrenta uma crise sem precedentes.
"A candidatura de Lula à presidência do PT tem dois eixos centrais: impedir que o partido se fracione e fazer a defesa dele", afirmou o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, que foi ministro da Comunicação Social no governo Dilma. "Com Lula, a autocrítica e o balanço dos erros se dará de forma construtiva. Sem ele, será destrutiva e o PT passará por um período de muita divisão e enfraquecimento nas eleições de 2018."
Lula também vai procurar líderes regionais do PMDB para discutir a campanha. Estão nessa lista peemedebistas nada próximos a Temer, como o ex-presidente José Sarney e o senador Roberto Requião (PR). "O PT só fará alianças com antigolpistas. Mesmo assim, são as forças de esquerda que devem ter a palavra final sobre o programa e as composições", disse o secretário de Formação do PT, Carlos Árabe.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 7 de março de 2017

Mulheres são ainda mais afetadas pela reforma da Previdência

Para Janete Sousa, idade mínima de 65 anos é muito alta, 
tendo em vista a rotina pesada de dois empregos que ela tem 
de enfrentar todo dia (foto: Antônio Cunha/CB/D.A.Press)

Por Alessandra Azevedo
  • No plenário 2 da Câmara dos Deputados, onde têm sido feitas as reuniões da comissão especial que discute a reforma da Previdência, cabem 150 pessoas, mas a sala sempre apresenta ocupação um pouco acima da capacidade. Em geral, são 37 integrantes titulares do colegiado, sem contar os outros 37 que os substituem. Entre os 74 membros, só há uma mulher, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Foi nessa sala que o relator da proposta, Arthur Maia (PPS-BA), questionou a regra que permite às mulheres se aposentar antes dos homens, como é feito hoje. “A mulher que é solteira, que não se casou e não tem filho, por que ela vai ter uma diferença em relação ao homem?”, indagou.
Em geral, o argumento usado pelos defensores da proposta do governo, que prevê idade mínima de 65 anos e 25 de contribuição para requerer a aposentadoria, independentemente do gênero, é de que, atualmente, não faz mais sentido fazer essa diferenciação. Principal articulador da reforma no governo, o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, se orgulha de propor uma reforma “igual para todos”, defendendo que é esse o modelo que os outros países, em especial os da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Alemanha, Islândia e Noruega, por exemplo, adotaram idade mínima de 67 anos para os dois sexos.
  • “Se a proposta é machista, o mundo todo é”, declarou Caetano. A aposentada Raimunda Souza, de 72 anos, concorda com o argumento do secretário. Homens e mulheres, na opinião dela, devem ter deveres e obrigações iguais. Por isso, Raimunda é favorável à mesma regra para a aposentadoria, embora considere 65 anos muito tarde para ambos. “Eu me aposentei aos 60 e acho que essa deveria ser a idade para todo mundo. Precisamos ter tempo para descansar e aproveitar depois de tantos anos de trabalho”, argumenta.
A expectativa de vida da mulher é maior que a dos homens em sete anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O problema nessa consideração é que, ao se dedicar à mesma jornada do homem fora de casa, a mulher, a rigor, trabalha quase o dobro, quando se levam em conta os afazeres dentro de casa. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constatou que, enquanto as mulheres gastam, em média, 26,6 horas semanais com serviços de casa, os homens gastam 10,5 horas.
  • Quando têm cinco ou mais filhos, elas chegam a trabalhar quase cinco horas por dia em casa, sem contar o tempo que gastam no emprego. Não é o ocorre com os homens. Eles dedicam, em média, uma hora por dia às tarefas domésticas, independentemente do tamanho da família ou de estar desempregados ou não. Quando se casam, trabalham ainda menos — e as mulheres, coincidentemente, ainda mais.
“Elas têm, culturalmente, o peso sobre si do cuidado da família. E independemente de ter filho ou não, como diz o relator, mulher tem dupla, tripla jornada”, comenta a única mulher integrante da comissão especial, deputada Jandira Feghali (PcdoB-RJ). Para ela, é essencial analisar de forma igualitária os dados da OCDE e do Brasil, e não apenas os que interessam ao governo divulgar.
  • “Se é para comparar com países europeus, que se observe também os outros termos. No Brasil, além das cargas horárias maiores, mulheres têm salários menores”, lembra. Segundo o censo mais recente do IBGE, feito em 2010, a renda mensal bruta das mulheres é de R$ 1.217 por mês, menos de três quartos da média entre os homens, de R$ 1.673.
Dura rotina:
  • Ciente dos obstáculos a mais que enfrenta por ser mulher, a atendente de lanchonete Janete Sousa, de 40, acha que 65 anos é idade avançada para se aposentar. “Com a rotina corrida que tenho, vou chegar nessa idade bem estressada. Hoje, não consigo ter uma vida, eu sobrevivo. Durmo cinco horas por dia. Espero, na aposentadoria, ter tempo de descansar e aproveitar um pouco da vida”, desabafa. Atualmente, ela concilia dois trabalhos, sai de casa às 6h e só volta às 23h, quando ainda precisa arrumar a casa. “Chego em casa e só penso em dormir. Sempre fica uma parte malfeita em casa ou no trabalho”, admite.
O argumento de que os salários mais baixos das mulheres, em média, prejudicam a posição delas no mercado de trabalho é reforçado por um estudo do Fórum Econômico Mundial, publicado em 2015, que concluiu que o mundo só alcançará a igualdade de gênero no mercado de trabalho em 2095. O Brasil está na posição 124, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários por gênero — em nada parecido com o grupo de países ricos que o governo insiste em comparar ao sugerir a equiparação. (Colaborou Marlla Sabino)

Regra que prevê 65 anos para a aposentadoria de homens 
e mulheres desconsidera que elas trabalham mais do dobro

domingo, 5 de março de 2017

Ainda somos os mesmos


O Brasil ainda vivia sob a ditadura militar quando o Partido dos Trabalhadores (PT) foi fundado. Em 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion (SP), o PT surgiu com a necessidade de promover mudanças na vida de trabalhadores da cidade e do campo, militantes de esquerda, intelectuais e artistas.
Foi em um contexto político, econômico e social marcado por intensas mobilizações que o líder sindical e principal fundador do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, tornou-se um dos protagonistas da história de luta contra as injustiças existentes no País. E a primeira conquista veio com o reconhecimento oficial do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral do PT como um partido político brasileiro, em 11 de fevereiro de 1982.
O PT se tornou, junto com Lula, o maior protagonista da história de luta contra as injustiças existentes no País. Ainda somos os mesmos

Lula, Ciro e a frente das esquerdas..

Lula, Ciro e a frente das esquerdas 

por Luís Nassif

Em geral, dedicam mais energias a combater os grupos do mesmo campo de luta do que os adversários; têm uma dificuldade imensa em identificar os pontos centrais de uma estratégia política, perdendo-se em quizílias e detalhes irrelevantes, e, também, uma virtude/vício enorme, de questionamento permanente das estruturas vigentes na própria esquerda.
Do PT nasceu o PSTU, revolucionários, depois, o PSOL, todos brandindo, em geral, um antipetismo maior ainda do que o anti-neoliberalismo. E se somam a esse universo sindicatos, grupos sociais com agenda própria, como o MST (Movimentos dos Sem Terra) e MSTU (Movimentos dos Sem Teto Urbanos), outros menores, espalhados pelos quatro cantos, mais objetivos do que os agrupamentos políticos, mas sem condições de oferecer o projeto unificador das demandas.
O amálgama geral deveria ser o projeto de país, os princípios de uma política econômica desenvolvimentista e social – e há inúmeros diagnósticos espalhados entre as universidades (Unicamp, UFRJ, UFMG, EE-FGV), mas sem liga com as bases – e um candidato competitivo em 2018.
O caminho óbvio é a constituição de uma frente de esquerdas, não mais o predomínio de um partido. Mas há uma gama enorme de desafios pela frente.

Primeiro, os desafios concretos:
  1. A incapacidade do partido maior, o PT, liderar a frente, e mesmo de se alinhar com os novos tempos, devido à estratificação ocorrida em sua estrutura de comando. No PT, a mudança virá de fora para dentro.
  2. O surgimento de novos grupos sociais criados a partir das redes sociais, que abominam qualquer forma de verticalização de comando, mas que tem a vitalidade do novo, como tinham os movimentos sociais dos anos 80. E que até hoje não encontraram espaço adequado na frente de esquerdas. A maneira como o PT jogou ao mar o MPL (Movimento Passe Livre) é um clássico do pensamento autofágico da esquerda, com o velho devorando o novo. A maneira como Luciana Genro, do PSOL, despeja sua ira exclusivamente sobre o PT, outro clássico de como o novo não se liberta da ira freudiana de destruir o pai.
  3. A dificuldade em consolidar um projeto de país que expurgue da social-democracia as concessões absurdas feitas ao mercado - em nível global, saliente-se -, mas que, ao mesmo tempo, não embarque na visão de um socialismo utópico.
  4. O fracasso das políticas de conciliação e a dificuldade em definir as novas bandeiras, que ampliem o campo de alianças e não limitem as esquerdas a uma militância de guetos.
Os dois discursos que melhor sintetizam os novos tempos são os de Lula e Ciro Gomes, ambos com alguma diferença de nuance.
O de Lula sensibiliza uma base maior, pelo simbolismo do seu nome, pelas lembranças da fase áurea do país e por sua posição nas pesquisas eleitorais para 2018. O de Ciro sensibiliza os que julgam impossível um pacto de convivência com os setores que deram o golpe, tendo em vista o fracasso da política de conciliação de Lula e Dilma.
A política é mais sujeita aos movimentos dos ventos do que supõem os mais radicais. Ambos não sairão candidatos ao mesmo tempo. O arco da esquerda ou estará com Lula ou com Ciro, e o outro apoiará. Nem a definição se dará agora.
Hoje em dia, o direito de preferência é de Lula. Amanhã, poderá ser de Ciro.
Lula terá que passar pelas armadilhas da Lava Jato e da sua própria exaustão com a política, normal em que perdeu seu grande ponto de apoio emocional e jamais teve um minuto de folga a vida inteira.
Se Lula se candidata, Ciro terá posição central no novo governo. Se, pelo contrário, a frente do golpe conseguir inabilitar a candidatura de Lula, a vaga é de Ciro. Há ainda a hipótese, nada remota, de Lula poder ser candidato, mas abdicar em favor de Ciro. E a hipótese concreta de que, lançando antecipadamente Ciro, ele se torne rapidamente alvo de todas as pós-verdades da mídia.
Todas essas hipóteses dependem de um conjunto de circunstâncias que ainda estão indefinidas:
  1. Qual a tendência que se imporá nas forças golpistas com o aprofundamento da crise: implosão, novo arco de alianças para enfrentar o fenômeno Bolsonaro ou adesão a uma ultra direita feroz?
  2. Tentativa de reforçar o Estado de exceção defendido, entre outros, pelo Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, ou a busca de um novo consenso?
  3. Como se comportarão as Forças Armadas?
Por tudo isso, a estratégia das esquerdas, no presente, não definirá antecipadamente o candidato em 2018.
O foco das esquerdas, no momento, é sair da defensiva, se aglutinar em torno de algumas teses centrais, estimular as discussões em torno de um programa de governo. E a única pessoa capaz de promover essa articulação é Lula. Poderiam ser os governadores de esquerda, reunidos em torno de um Conselho, mas aí se trata de um desenho inédito que ainda não conta com uma liderança aglutinadora.
Lula paira acima das idiossincrasias das esquerdas e do próprio PT. Em que pese ter sofrido o maior bombardeio jornalístico da história, continua vivo e as lembranças dos anos de ouro do lulismo são o instrumento mais forte para aglutinação de grupos sociais, políticos e até empresariais.
Sua candidatura tem inúmeras vulnerabilidades, a maior das quais é o profundo sentimento anti-Lula que a mídia conseguiu incrustar em largas faixas da população. Mas são restrições para serem avaliadas mais perto das eleições.
Por ora, a única maneira de consolidar um arco de esquerdas – fundamental para alicerçar qualquer veleidade política não só de Lula, como de Ciro – é unir-se em torno de Lula.
Daí a importância do teste do Manifesto.

A petição pedindo a candidatura de Lula 
pode ser acessada clicando aqui.

Leia mais aqui > http://bit.ly/2lG6B1f

A Mar.....Taxa...Traíra......Senadora

A Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy (Martaxa, Martraíra)

  • Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy (São Paulo, 18 de março de 1945) é uma psicóloga, apresentadora de televisão, sexóloga e política brasileira. Filiada ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), é atualmente Senadora pelo Estado de São Paulo.
Marta foi filiada ao Partidos dos Trabalhadores (PT) de 1981 a 2015, tendo sido deputada federal, prefeita de São Paulo, ministra do Turismo do segundo governo Lula e ministra da Cultura do primeiro governo Dilma. Ainda pelo PT, foi eleita senadora, tendo se tornado a primeira vice-presidente mulher do Senado Federal. Em setembro de 2015, contudo, depois de 34 anos de militância, filiou-se ao PMDB

Início de vida, família e educação:
  • Marta Teresa Smith de Vasconcellos nasceu em 18 de março de 1945 no Jardim Paulistano, São Paulo, sendo filha primogênita do industrial carioca Luís Affonso Smith de Vasconcellos e da dona de casa paulista Noêmia Fraccalanza Smith de Vasconcellos. Além de Marta, o casal teve outros três filhos: Luiz, Teresa e Cristina. Seu pai, Luís Affonso, era proprietário de indústrias de papel e cartonagens. Vinda desta família tradicional de São Paulo, é bisneta e trineta dos barões de Vasconcellos.
Marta viveu sua infância e adolescência em uma casa ampla e confortável localizada no Jardim Paulistano. Entre seus passatempos, destacava-se a leitura e a montaria em cavalos. Ela estudou em instituições de ensino da elite paulistana, cursando o primário no Externato Madre Alix e estudando no Colégio Des Oiseaux, das cônegas de Santo Agostinho, até o fim do curso ginasial. Logo depois, cursou o colegial no Colégio Nossa Senhora de Sion, também na cidade de São Paulo, onde fundou e presidiu o Grêmio estudantil na década de 1960, com marcada atuação na política estudantil, notadamente contra a ditadura militar. Em 1963, ingressou na Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
  • Em 15 de dezembro de 1964, Marta casou-se com o estudante Eduardo Suplicy, nascido em 1941, e proveniente de outra tradicional família de São Paulo, sendo filho do empresário Paulo Cochrane Suplicy. Eles haviam se conhecido no ano de 1960, quando Marta apaixonou-se por Eduardo e, graças a sua insistência, eles viriam a namorar a distância. Juntos, eles tiveram três filhos: Supla (1966), André (1968) e João (1974).
Marta interrompeu seus estudos na PUC-SP para acompanhar Eduardo, que fora estudar mestrado em Economia, nos Estados Unidos, entre 1966 e 1967. Neste período, estudou psicologia infantil na Universidade Estadual de Michigan, mesma instituição em que seu esposo estudava. Marta retornou ao Brasil e reingressou na PUC-SP em 1968, vindo a concluir sua graduação em psicologia em 1970. Ela deu continuidade aos seus estudos, finalizando uma pós-graduação na Universidade Stanford em 1972, onde estudou psicologia comportamental (behaviorismo), psicanálise e sexologia, e obteve o título de mestre em psicologia clínica pela Universidade Estadual de Michigan em 1973. Marta também recebeu um Certificado de Proficiência em Inglês pela Universidade Estadual de Michigan.

Carreira na psicologia e na televisão:
  • Durante sua estadia nos Estados Unidos, Marta conheceu e ficou fascinada pelo movimento feminista Quando voltou ao Brasil, deu continuidade ao seu trabalho como psicóloga comportamental e sexóloga. Marta foi uma das fundadoras do curso de Terapia Comportamental no Instituto Sedes Sapientiae, onde foi professora de terapia de casais entre 1973 e 1976. 
Ela também atendia casais em seu escritório particular, escrevia colunas para as revistas Claudia e Vogue, e ministrava palestras. Em meados dos anos de 1970, conheceu outras feministas e participou de um grupo de mulheres intelectuais que reuniam-se para debater a condição da mulher no país.
O primeiro passo para quebrar o tabu generalizado contra a sexualidade é poder falar dela numa boa. As atitudes negativas frente ao sexo tem um peso muito maior do que a ignorância.
— Marta, em 1983, 

Em 1980, Marta aceitou o convite do diretor Nilton Travesso para apresentar o quadro "Comportamento Sexual", na TV Mulher, um programa novo da Rede Globo que era dedicado as mulheres. O quadro possuía uma audiência média diária de dois milhões de telespectadores, tornando-se um dos mais conhecidos do programa, e era voltado a um público cuja maioria era composta por mulheres de 29 aos 45 anos de idade. Entre os temas que Marta comentava, estavam a gravidez na adolescência, orgasmo, impotência e impulso sexual.
  • Como apresentadora, Marta causou polêmica ao enfrentar o conservadorismo e defender abertamente assuntos controversos, como a emancipação e os direitos da mulher, o aborto, os movimentos feministas e LGBT. Sendo a primeira vez em que o sexo foi debatido na televisão brasileira, o programa recebeu quatro processos do Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel), que era responsável pela censura na TV, por "divulgação de fatos impróprios para o horário." Marta também foi alvo de muitos protestos por falar, em pleno dia, sobre orgasmo feminino e por repetir as palavras pênis e vagina. Um dos grupos opositores foi as Senhoras de Santana, que exigiu a retirada do ar o quadro de Marta.
Em novembro de 1982, a Rede Globo, apesar de manifestar apoio a Marta, decidiu suspendê-la do programa devido ao volume de multas e a "incontáveis problemas que a empresa vem enfrentando junto a diversos órgãos oficiais ainda dominados por um obscurantismo que impede a livre discussão de problemas fundamentais para o telespectador." Após o afastamento, a emissora recebeu inúmeras manifestações contrárias a censura, culminando na volta de Marta ao programa no início de dezembro. A TV Mulher saiu da grade de programação da Rede Globo em junho de 1986, passando a ser exibida na TV Manchete, onde Marta continuou apresentando um quadro semelhante entre 1987 e 1988. Ao longo do período em que o programa foi transmitido pela Globo, Marta recebeu mais de três mil cartas de telespectadoras com dúvidas e críticas sobre o papel da mulher na sociedade, além de questões relacionadas com a família e a sexualidade.
  • Marta voltou a apresentar um programa de televisão em agosto de 1999, quando ancorou o programa Jogo Aberto, destinado a debater a sexualidade das mulheres, sendo exibido nas noites de sábados na TV Bandeirantes. Em outubro do mesmo ano, a emissora o tirou do ar alegando "alterações na grade de programação." No entanto, a baixa audiência, cuja média era de dois pontos no Ibope (cerca de 160 mil telespectadores na Grande São Paulo), e a falta de anunciantes foram decisivas para o seu fim.
Ainda no campo da psicologia, Marta publicou nove livros relacionados a esse tema, incluindo: Conversando sobre Sexo (1983), Sexo para adolescente: orientação para educadores (1988), Papai, mamãe e eu: o desenvolvimento sexual da criança dos dois aos seis anos no lar e na escola (1990), Guia de orientação sexual (1994), Sexo se Aprende na Escola (1995) e Sexo para adolescente: amor, homossexualidade, masturbação, virgindade, anticoncepção, AIDS (1995).

Carreira política:
  • Em 1981, Marta filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT). Seu esposo havia sido membro-fundador do PT um ano antes, mas Marta, conforme suas próprias palavras, "precisava refletir. Não sabia se tinha a ver comigo." No início, ela não costumava frequentar as reuniões partidárias e não dedicava-se muito nas campanhas eleitorais. A partir de 1990, o PT passou a insistir para que Marta fosse candidata a um cargo eletivo, mas ela sempre recusava dizendo que "o político da família é o Eduardo."
Entre 1989 e 1992, a pedido de Paulo Freire, secretário da Educação do governo da petista Luísa Erundina, Marta fundiu e presidiu o grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual, cujo objetivo era elaborar e implementar um programa de orientação sexual para a rede municipal de ensino. A partir de 1994, trabalhou no Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual como parte do projeto Brasil, do Ministério da Saúde. O grupo introduziu programas de orientação sexual em seis cidades.

Deputada federal:
  • Em 1994, com o incentivo do marido e da cúpula do PT, Marta candidatou-se a deputada federal. Sua plataforma de campanha priorizou as minorias e defendeu que o aborto fosse regulamentado nos casos previstos pela legislação. Ela foi eleita com 76,1 mil votos, ou 0,71%, a quarta maior votação do PT-SP para o cargo. Com isso, passou a residir no apartamento-funcional de Eduardo, em Brasília. Entretanto, continuou recebendo o auxílio-moradia da Câmara dos Deputados, o que, apesar de legal, causou constrangimento no PT quando a revista Veja noticiou o caso, fazendo com que Marta abdicasse do benefício, depois de alegadamente tê-lo usado por dois meses.
Em maio de 1995, Marta propôs a legalização da prática do aborto nos casos em que a anomalia do feto fosse constatada. Em agosto de 1997, ela foi uma das parlamentares que votaram a favor e articularam pela aprovação da regulamentação da oferta do aborto, em casos de risco de vida para a mãe ou estupro, na rede pública de hospitais. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a votação terminou, com o seu voto 'sim', em 24 votos a favoráveis e 23 contrários.
  • Em agosto de 1995, Marta apresentou um projeto de lei que obrigava que 20% das vagas de candidatos em um partido ou coligação nas eleições proporcionais fosse preenchida por mulheres.Em setembro de 1995, o presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou a lei que estabelecia as normas para as eleições municipais de 1996, incluindo a obrigação de que 20% das candidaturas sejam obrigatoriamente ocupadas por mulheres. Em 1997, Marta passou a defender que este número obrigatório subisse para 30%, argumentando que a participação feminina na política estava evoluindo lentamente e "muito pouco." Em setembro de 1997, as novas regras eleitorais sancionadas pela presidência estipularam que "cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo."
Em junho de 1996, uma comissão especial na Câmara dos Deputados foi criada para debater o projeto de sua autoria que possibilitava a união civil entre pessoas do mesmo sexo, e que também instituía as mesmas garantias legais dadas a casais heterossexuais. A preposição, chamada de Projeto de Lei 1151 de 1995, recebeu forte oposição da bancada evangélica e de parlamentares conservadores e, posteriormente, foi arquivada. Também relacionado aos direitos LGBT, apresentou a Proposta de Emenda à Constituição 139/1995, que visava proibir a discriminação motivada pela orientação sexual. Com o parecer favorável do relator Régis de Oliveira, a PEC foi aprovada na CCJ. No entanto, a comissão especial para avaliar o assunto não foi constituída e, no início da legislatura seguinte, a proposição foi arquivada.
  • Entre seus projetos apresentados como deputada federal, Marta também propôs a descaracterização do adultério como crime, a descriminalização do uso da maconha e a remição da pena para condenados que estudam. No decorrer de toda a 50.ª Legislatura, ela foi integrante da Comissão de Seguridade Social e Família, da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão sobre Violência contra a Mulher, e suplente das comissões de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias. Entre 1997 e 1998, foi vice-líder do bloco formado por deputados do Partido dos Trabalhadores, Partido Democrático Trabalhista (PDT) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

A Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy (Martaxa, Martraíra)

Candidata ao governo de São Paulo em 1998:
  • Em 1998, Marta disputou as prévias do PT pela indicação ao cargo de governadora, enfrentando o deputado estadual Renato Simões, que pertencia a ala mais esquerdista e católica do PT paulista. Com o apoio do presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva, ela venceu a indicação do partido e tornou-se a candidata oficial pela coligação Pra Renovar São Paulo, formada também pelo PCdoB, o PCB e o PPS. Seu candidato a vice foi Newton Lima Neto, ex-reitor da Universidade Federal de São Carlos.
Marta recebeu forte oposição de setores conservadores devido a sua trajetória feminista e libertária. Até mesmo em setores da Igreja Católica que apoiavam o PT resistiram a candidatura de Marta. O livro Sexo para adolescentes foi um dos pontos criticados; o bispo Amaury Castanho a classificou como "permissiva." Como resposta, Marta argumentou que pesquisas indicavam uma queda nos índices de gravidez na adolescência, AIDS e abortos entre os alunos de escolas onde o livro havia sido adotado.
  • Durante sua campanha, Marta buscou distanciar-se da imagem que possuía de defensora das minorias. Ela deu menos foco a temas como a causa feminista e homossexual e enfatizou suas propostas para a área social, priorizando a saúde, educação e emprego. Em sua plataforma de governo, defendeu o projeto de bolsa-trabalho, que ofereceria cursos profissionalizantes a jovens, um programa de implemento de renda para famílias carentes, a construção de moradias populares e a construção de uma universidade pública na região do Grande ABC.
Nas vésperas da votação do primeiro turno, o Datafolha mostrou que Paulo Maluf liderava com 31% das intenções de votos, seguido por Francisco Rossi (18%), Covas (17%) e Marta (15%). O Ibope anunciou dados semelhantes, com Covas 5% a frente de Marta. Embora a distância entre Covas e Marta era pequena, inclusive dentro da margem de erro, Covas passou a ser visto por parte da esquerda como o "mal menor" e com maiores chances de derrotar os conservadores Maluf e Rossi, apesar de possuir baixos índices de aprovação. Neste cenário, com Maluf garantido no segundo turno, Covas e Marta buscaram atrair os votos dos eleitores que rejeitavam Maluf e dos mais progressistas. No dia da eleição, as pesquisas boca-de-urna mostraram que ambos estavam empatados, com 20% cada um.
  • Com a totalidade das urnas apuradas, Maluf conseguiu 32,12% dos votos, Covas recebeu 22,95% e, surpreendentemente, Marta atingiu 22,5%, superando Rossi, que ficou com 17,1%. A votação de Marta foi a melhor de um candidato petista a governador de São Paulo desde 1982. Indignados com a diferença entre os resultados e as pesquisas, Marta e o PT ameaçaram processar os institutos, acusando-os de influenciarem os resultados finais ao divulgarem projeções manipuladas. 
Para Marta, tais pesquisas contribuíram para a ocorrência do voto útil, onde os indecisos e seus potenciais eleitores apoiaram Covas. Da mesma forma, as análises da eleição concluíram que o voto útil foi importante para levar Covas ao segundo turno e que Marta foi prejudicada por seu alto índice de rejeição, bem como ao seu partido, visto como radical por boa parte da população na época. No segundo turno, Marta e o PT apoiaram a reeleição de Covas.

Eleição municipal de São Paulo em 2000:
  • Após perder a disputa pelo governo Estadual em 1998, o PT paulista passou a visualizar em Marta a possibilidade de derrotar tanto tucanos quanto malufistas na eleição municipal de São Paulo em 2000. Em agosto de 1999, os petistas criaram o Instituto Florestan Fernandes, onde foram construídas as bases do plano de governo de Marta. A candidatura de Marta também contou com o apoio formal de PCdoB, PCB e PHS, que juntos formaram a coligação Muda São Paulo. Uma coligação com a ex-prefeita e então deputada federal Luiza Erundina (PSB) era prioridade para Marta, mas Erundina não quis desistir da disputa como candidata à prefeita.
Os deputados Paulo Teixeira e Arlindo Chinaglia reivindicaram a vaga de candidato a vice. Para evitar um racha na Convenção, o ex-deputado federal Hélio Bicudo foi escolhido. A escolha de Bicudo também foi feita para servir como um contraponto à imagem liberal de Marta e atrair o eleitorado mais conservador. Eles haviam tido desentendimentos recentes, principalmente relativos à regulamentação do direito de aborto e à parceria civil para homossexuais. 
  • Enquanto Marta apoiava ambos, Bicudo possuía uma posição oposta. Em janeiro de 1998, Bicudo declarou apoio a reeleição de Covas, pois via que ele detinha as condições para criar uma aliança que derrotaria o malufismo e não gostaria que Marta implementasse suas ideias na área da saúde. No início de 1999, eles se reaproximaram.
Além de Marta e Erundina, os principais candidatos naquele ano foram Maluf (PPB), Geraldo Alckmin (PSDB) e Romeu Tuma (PFL). O prefeito Celso Pitta, ex-afilhado político de Maluf, era avaliado negativamente por grande parte da população. Marta esteve a frente nas pesquisas durante todo o primeiro turno. Na propaganda eleitoral na TV e no rádio, fez poucas críticas aos seus oponentes, usando a maior parte de seu tempo para abordar as propostas de seu plano de governo, que incluía um programa de renda mínima, o "Começar de Novo", que requalificaria e daria oportunidades de emprego para pessoas com mais de quarenta anos, e o Banco do Povo, que daria empréstimos para quem quisesse abrir um pequeno negócio ou melhorar uma microempresa já existente. O discurso partidário do PT na campanha de Marta não estava tão radical como nas anteriores e lideranças do partido, como Lula e Eduardo Suplicy, tiveram pouca participação na propaganda eleitoral.
  • Na votação do primeiro turno, Marta ficou isolada em primeiro lugar com 38,12% dos votos válidos. A outra vaga para o segundo turno contou com uma disputa acirrada entre Maluf, que conseguiu 17,39%, e Alckmin, que ficou com 17,25%. Tuma recebeu 11,45% dos votos e, Erundina, 9,90%. Com dezesseis vereadores eleitos, o PT elegeu a maior bancada para a Câmara Municipal, composta por 55 vagas. Durante o segundo turno, Marta recebeu o apoio formal de Covas, Alckmin e do PSDB. Nas pesquisas, Marta possuía uma liderança de dois dígitos em relação a Maluf. Em 29 de outubro, foi eleita prefeita com 3,2 milhões de votos, ou 58,51% dos votos válidos.
Prefeita de São Paulo:
  • Em 1º de janeiro de 2001, Marta foi empossada prefeita de São Paulo em uma cerimônia na Câmara Municipal. Entre seus indicados para o secretariado, nomeou Carlos Zarattini (Transportes), João Sayad (Finanças), Jorge Wilheim (Planejamento e Urbanismo), Rui Falcão (Governo), Paulo Teixeira (Habitação), Evilásio Farias (Bem Estar Social), Helena Kerr (Administração), Eduardo Jorge (Saúde), Jilmar Tatto (Abastecimento), Arlindo Chinaglia (Administrações Regionais), Nádia Campeão (Esportes) e Fernando José de Almeida (Educação).
No início de seu mandato, Marta enfrentou sucessivas ondas de greves no serviço de transportes, incitadas por uma "máfia dos transportes", que supostamente era um acordo entre empresários, concessionárias e sindicalistas com o objetivo de obrigar a prefeitura a conceder subsídios ou aumentar as tarifas. Na ocasião, Marta foi ameaçada de morte, passando a usar um colete balístico. 
  • Para lidar com a situação, promoveu uma reestruturação do sistema de transportes, com a utilização de micro-ônibus em alguns trajetos, que complementavam os ônibus, a redução do número de linhas e o cancelamento de concessões a empresas. Marta também construiu vias exclusivas para a circulação dos veículos de transporte público, sem barreiras físicas, que ficaram conhecidas como Passa-Rápido. Em maio de 2004, instituiu o Bilhete Único, que permitiu ao usuário de ônibus fazer várias integrações, em um intervalo de duas horas, pagando uma passagem.
Em seu plano de metas para o mandato, Marta incluiu a construção de 45 Centros Educacionais Unificados (CEUs), que, além de desempenharem o papel de estabelecimento educacional, ofereceriam serviços e atividades extra-curriculares, como teatro, cinema e piscina. Em agosto de 2003, o primeiro CEU, em Guaianases, foi inaugurado. Durante todo seu mandato, foram construídos 21 CEUs em áreas carentes da periferia, o que representou 46% do total prometido. 
  • Ainda na área da educação, sua gestão distribuiu uniformes e material escolar para um milhão de crianças, criou duzentas mil vagas na rede municipal, instituiu o programa Vai e Volta, de transporte escolar, e implementou um projeto de orientação sexual.
No âmbito social, Marta iniciou o programa Renda Mínima, que complementava um ganho mensal de famílias carentes com filhos de até catorze anos que estavam estudando, introduziu o mecanismo de Orçamento Participativo, e substituiu as administrações regionais (AR's) pelas subprefeituras, que ganharam maior autonomia.
  • Marta foi alvo de críticas ao reformular impostos existentes e ao criar novas taxas, como a Taxa do Lixo e a Contribuição Para Custeio da Iluminação Pública. Durante sua gestão, a arrecadação da prefeitura com impostos aumentou 24%. Em 2004, um estudou revelou que a renda média dos paulistanos destinada aos cofres municipais aumentou de 4,75% para 8,35%. Na época, Marta recebeu da oposição a alcunha de "Martaxa" e, posteriormente, reconheceu que errou ao aumentar a carga tributária. Outro tema bastante comentado foi seu divórcio, ocorrido quatro meses após a posse, do senador Eduardo Suplicy. Após a oficialização do divórcio, Marta manteve o sobrenome Suplicy, do qual a notabilizou na vida pública, e casou-se novamente em setembro de 2003 com o franco-argentino Luis Favre, membro da Secretaria de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores.
Eleição municipal de São Paulo em 2004:
  • Em 2004, Marta candidatou-se a reeleição com o apoio de sete partidos, a segunda maior coligação nas eleições municipais de São Paulo desde 1985.Marta vetou a possibilidade do PMDB indicar seu vice alegando que não confiava no partido, o que fez com que a coligação com os peemedebistas não se concretizasse. Ela preferiu escolher o secretário petista Rui Falcão como seu companheiro de chapa. Naquele ano, também foram candidatos José Serra (PSDB), Paulo Maluf (PP) e Luísa Erundina (PSB). Após diversas denúncias de corrupção envolvendo Maluf e seus aliados, o malufismo perdeu espaço entre o eleitorado, o que fez com que a disputa ficasse focada em Marta e Serra.
Em junho de 2004, o governo Marta era avaliado de maneira predominantemente regular. Para se defender das críticas, ela alegava que assumiu o governo com uma prefeitura falida, péssimos sistemas de transportes e educação, e que havia feito muito pela cidade. Segundo o Ibope, a educação e o transporte eram as áreas com maior aprovação, e a saúde e a segurança pública com a menor. 
Os discursos de Serra e Marta foram bastante semelhantes. Serra propôs continuar os programas que estavam dando certo e priorizar a saúde, enquanto que Marta propôs manter e expandir os projetos bem avaliados pela população, além de também dar foco a saúde. Ambos não fizeram muitas referências aos seus partidos políticos, e Marta preferiu adotar um discurso menos ideológico e mais pragmático.
  • No primeiro turno, Serra recebeu 43,5% dos votos, Marta 35,8%, Maluf 11,9% e Erundina 3,9%. No segundo turno, a campanha de Marta tentou vincular Gilberto Kassab, vice de Serra, a Pitta. Os petistas lembraram que Kassab foi secretário do Planejamento de Pitta e, caso Serra renunciasse em 2006 para candidatar-se a outro cargo, a cidade corria o risco de "ter o governo Pitta novamente à frente da Prefeitura." Em 15 de outubro, Maluf declarou oficialmente seu apoio a Marta; Erundina preferiu não apoiar ninguém. As pesquisas divulgadas mostraram Serra na frente, com uma liderança que variou de 52-39%, em 10 de outubro, a 49-42%, na véspera da votação. Em 26 de outubro, Serra foi eleito com 3,3 milhões de votos, contra 2,7 milhões de votos destinados a Marta. Assim como no primeiro turno, ele ganhou nos bairros mais ricos e Marta prevaleceu nos bairros mais periféricos.
De acordo com uma pesquisa do Datafolha realizada entre 7 e 8 de outubro de 2004, 48% da população considerava o governo Marta ótimo ou bom. Por alguma razão, que intriga analistas políticos, ela não conseguiu transformar esse índice de aprovação em votos nas eleições. O jornalista Gilberto Dimenstein citou a imagem de arrogância de Marta e a ligação de Serra com a classe média como fatores que contribuíram para a derrota da prefeita. 
  • Um estudo intitulado de "A derrota não explicada" concluiu que "houve uma separação nítida entre a imagem pessoal da Marta e de seu governo na hora da avaliação eleitoral." Este mesmo estudo sugeriu três cenários que poderiam ter culminado na reeleição da petista: "Marta teria vencido se as grandes obras tivessem sido entregues três meses antes da inauguração oficial, pois seus benefícios teriam apagado a lembrança dos transtornos que causaram", "Marta teria vencido se tivesse persistido na estratégia inicial de investir na periferia" e "Marta teria vencido se não tivesse esquecido dos bairros classe média."
Eleições estaduais de São Paulo em 2006:
  • No primeiro semestre de 2005, Marta começou a percorrer cidades estratégicas de São Paulo com o objetivo de se tornar a candidata do PT ao governo do Estado na eleição de 2006. Em dezembro de 2005, o PT definiu que a prévia do partido ocorreria no início de maio de 2006 caso não houvesse consenso entre Marta e o senador Aloizio Mercadante, que também reivindicava a candidatura.
O presidente Lula agiu para evitar que a prévia fosse realizada e tentou alcançar um acordo entre ambos. De acordo com matéria de abril de 2006 da Folha de S. Paulo, o presidente pretendia oferecer a ex-prefeita três opções para que ela desistisse da disputa: o compromisso de que disputaria a prefeitura paulistana em 2008; um cargo importante na coordenação da campanha presidencial em São Paulo; ou um ministério de relevo caso fosse reeleito. Entretanto, Marta manteve sua candidatura e, apesar de não ter declarado publicamente, Lula apoiou e trabalhou pela candidatura de Mercadante
  • Em 3 de maio de 2006, o Ibope revelou que José Serra, pré-candidato do PSDB, derrotaria Marta por 59-27% e Mercadante por 50-8%. O instituto mostrou que Mercadante possuía uma taxa de rejeição de 11%, menor que a de Marta, que atingiu 31% neste quesito, a maior entre os postulantes ao governo. A mesma pesquisa indicou que a base de apoio de Marta estava concentrada entre os eleitores mais carentes da cidade de São Paulo, onde inclusive superava Serra numericamente, e a de Mercadante entre o eleitorado visto como formador de opinião.
Em 7 de maio de 2006, o PT realizou suas prévias. Na capital, Marta recebeu quase o dobro dos votos de Mercadante. Porém, o senador venceu no interior paulista e tornou-se o candidato petista com 52,8% dos 67.598 votos válidos. Em 8 de maio, Marta declarou seu apoio a Mercadante, afirmando que o partido saiu do processo "sem rachaduras" e que o senador possuía chances de derrotar Serra.
  • Após Mercadante perder para Serra no primeiro turno e ser envolvido no Escândalo do Dossiê, Marta saiu fortalecida da eleição, mesmo sem ter concorrido a nenhum cargo. Nas eleições legislativas, a maioria de seus aliados foram reeleitos, incluindo Jilmar Tatto, Carlos Zarattini, Devanir Ribeiro, Cândido Vaccarezza, Antonio Palocci e Rui Falcão. Em 4 de outubro, Marta assumiu a coordenação da campanha para o segundo turno de Lula, a pedido dele. Marta expressou que sua estratégia seria contrapor o governo Lula aos dois mandatos de FHC. Após a reeleição do presidente Lula, Marta declarou à imprensa que havia vencido o "projeto que diminuiu o fosso entre ricos e pobres."
Ministério do Turismo:
  • Ao término do processo eleitoral de reeleição do presidente Lula, Marta Suplicy assume o Ministério do Turismo no segundo mandato do presidente Lula.
Em 13 de junho de 2007 lançou o Plano Nacional do Turismo. Questionada sobre a crise que ocorria então no setor aéreo e sobre a oportunidade de seu plano que incentivava viajar, respondeu: "Relaxa e goza que depois você esquece de todos os transtornos!". Esta frase causou um impacto muito negativo à sua imagem. No mesmo dia, Marta, reconheceu publicamente ter errado e ter feito uma declaração inapropriada e pediu desculpas
  • Em 3 de junho de 2008, o presidente Lula definiu o substituto da ministra, que deixou o governo para se dedicar à campanha municipal de São Paulo. Ela foi substituída por seu secretário-executivo na pasta, Luiz Eduardo Barretto.
Como Ministra do Turismo obteve, na Alemanha, linhas de crédito para empresários brasileiros interessados em investir na Copa do Mundo de 2014. Em março de 2008 foi assinado um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que vai investir um bilhão de dólares no turismo brasileiro, em um novo modelo de Prodetur Nacional.

Ministério da Cultura:
  • Em 12 de setembro de 2012 foi nomeada ministra da Cultura pela presidente Dilma Rousseff, substituindo Ana de Hollanda.
Nesse período, Marta promoveu a atualização da Lei Rouanet e a expansão dos CEUs (Centro Educacional Unificado) em regiões carentes.
Em 11 de novembro de 2014, antecipando a reforma ministerial do segundo mandato presidencial de Dilma Rousseff, Marta pediu demissão e em 13 de novembro de 2014 reassumiu o mandato de senadora por São Paulo.

Senado:
Eleições 2010
  • Convenção do PT paulista realizada em 26 de junho de 2010 lança candidatura de Marta Suplicy ao Senado Federal. A mesma convenção confirma o senador Aloizio Mercadante (PT) como candidato ao governo estadual, pela coligação União Para Mudar. Marta liderou todas as pesquisas até a data da eleição, quando aparecia empatada com o candidato coligado pelo PC do B, Netinho de Paula. Entretanto, após a apuração dos votos verificou-se que o candidato mais votado e eleito para a primeira vaga de senador foi Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB.
Marta foi a segunda colocada com 22,61% dos votos válidos ou 8 314 027 votos.

Mandato:
  • Marta tomou posse no Senado Federal em 1 de fevereiro de 2011. Foi eleita também a primeira vice-presidente do Senado por indicação do PT. Durante a posse, declarou à imprensa que lutará pela retomada de discussão sobre projetos de lei autorizando o casamento homossexual e o aborto. Foi licenciada do Senado após assumir a função de ministra da Cultura. Retornou ao Senado após pedir demissão, em 11 de novembro de 2014.
Marta é a terceira mulher a representar o Estado de São Paulo no Senado Federal: antes dela, Dulce Sales Cunha Braga, segunda suplente do Senador Amaral Furlan, do PDS, (eleito em 1978 pela ARENA, em eleição indireta), exerceu o mandato por seis meses, e Eva Blay, suplente de Fernando Henrique Cardoso, com ele eleita em 1986 pelo PMDB, assumiu o mandato interinamente entre 1992 e 1994, nas ocasiões em que o titular assumiu os ministérios das Relações Exteriores e da Fazenda durante o governo de Itamar Franco.

Candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2016:
  • Em 28 de abril de 2015, desfilia-se do PT. Em 15 de agosto de 2015, filia-se ao PMDB após ser sondada pelo PSB..A filiação foi homologada em 26 de setembro de 2015.
Se torna candidata à prefeitura de São Paulo pela coligação União por São Paulo, formada pelo PMDB e pelo PSD, tendo o vereador Andrea Matarazzo como vice na chapa , é derrotada, ficando em 4º lugar na disputa pela Capital Paulista.

A Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy (Martaxa, Martraíra)
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